Longa baseado em história real aborda polêmica sobre abuso infantil e suas consequências. Confira a crítica completa.

Dirigido por Todd Haynes (Carol), decidiu adaptar para os cinemas uma história real que chocou os Estados Unidos em 1996, onde uma mulher de 34 anos tinha um relacionamento com um menino de 12 e acabou engravidando dele.
Na trama, acompanhamos a história de Gracie (Julianne Moore) e Joe (Charles Melton) que se conheceram na década de 90 e viveram um amor proibido, que resultou em uma gravidez indesejada, na época ela tinha 36 anos e ele, somente 13.
A narrativa se passa 24 anos depois do ocorrido, onde Gracie e Joe estão casados e com três filhos. Eles tentam viver uma vida tranquila, mas ainda são julgados pelos olhos da sociedade. Seus filhos estão indo para a faculdade e eles recebem a visita de um atriz, Elizabeth Berry (Natalie Portman), que irá interpretar Gracie em um filme independente contando sua história.
Elizabeth para se aprofundar em seu papel, passa seu tempo com Gracie e sua família para entender como interpretá-lá, visto que a personalidade das duas são bem diferentes e isso até causa um incômodo no espectador, pois claramente elas não se deram bem, mas continuam passando tempo juntas.
Conforme a atriz vai se aprofundando na história da família, o público consegue se imergir junto na história, e assim como Elizabeth, podemos ter uma perspectiva do ocorrido. É perceptível que Gracie trate Joe como seu filho, ele, já que teve uma parte de sua vida interrompida para ter que criar seus filhos e se casar.
De maneira calma, não arrastada, o filme constrói camadas dessa história e traz uma possível explicação do comportamento de Gracie. É muito fácil se conectar com a história e com os personagens.

Elizabeth aos poucos vai dando vida a sua personalidade de Gracie e Natalie Portman está brilhante em sua atuação. O cinismo que ela usa para captar o jeito de Gracie, é extremamente realista o lado manipulador que ela criou para se aproximar da verdadeira história. Atuação que lembra sua personagem incrível em Cisne Negro (2011)
Julianne Moore também não deixou a desejar em sua atuação, onde consegue com convicção interpretar uma mulher ingênua que realmente não vê nada de errado no que fez. Por fim, a atuação de Charles Melton é a cereja do bolo, de maneira sútil ele transmite as emoções de Joe e depois transborda com todo o ocorrido, e as consequências que isso gerou em sua vida, principalmente como isso afetou sua preocupação com os filhos, isso tudo traz emoção para quem assiste.
A fotografia e a trilha sonora do filme contrastam e combinam em um ritmo incrível o que deixa a imersão mais real, nada é exagerado, tudo é transmitido no momento certo. O longa nos leva a discussões sobre como um abuso infantil pode alterar uma vida para sempre e isso é irreversível.
A única ressalva que pode desagradar, é seu final repentino, porém é compreensível com a situação de seus personagens.Em resumo, é um filme que vai fazer você se emocionar e refletir, com ótimas atuações, fotografia e trilha sonora incríveis e uma boa história, vale a pena assistir e depois pesquisar sobre o caso real.
Nota: 5/5
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