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DNA do Crime | Análise

Em uma temporada que mescla suspense, ação e investigação. DNA do Crime traz brasilidade para uma série policial. Confira a análise da primeira temporada.

DNA Do Crime. (E para D) Pedro Caetano como Rossi, Rômulo Braga como Benício, Maeve Jinkins como Suellen em DNA do Crime. Cr. Courtesy of Netflix © 2023

A série criada Heitor Dhalia (O Cheiro do Ralo e Serra Pelada), Bernardo Barcellos (Quero ter Um Milhão de Amigos) e Leo Levis (Irmandade) com distribuição Netflix traz uma série policial com investigação, nos moldes que estamos acostumados em séries de outros países, mas faz o essencial, traz uma história brasileira, que conversa bem com o espectador e principalmente não tira o pé do chão, mesmo utilizando métodos científicos.

A primeira temporada  conta que após um assalto de proporções épicas a uma instalação de uma seguradora de valores em Ciudad del Este, no Paraguai, os policiais federais da delegacia de Foz do Iguaçu, no Brasil, empreendem uma investigação inédita. Seguindo a trilha das amostras de DNA coletadas, descobrem um fio que conecta o roubo no país vizinho com outros crimes recentes e desvendam um plano ainda maior envolvendo criminosos dos dois países. A análise de um único caso transforma-se na maior investigação contra roubos a patrimônio da história do Brasil.

O protagonismo dos oitos episódios se dá por Suellen (Maeve Jinkings) e Benício (Rômulo Braga), aquela típica dupla que se une por um motivo improvável, com motivos e personalidades distintas, e conforme os episódios se passam vamos conhecendo a jornada de cada um até aquele lugar. 

A trama principal do roteiro se mantém no grupo responsável pelo assalto do primeiro episódio, porém nos sete seguintes, percebemos que há uma variedade de subtramas que se unem a investigação principal, ou servem para agregar elementos dos personagens secundários.

Mesmo com uma dupla principal, há muitos personagens interessantes em Dna do Crime, seja pelos investigadores forenses, o delegado principal ou outros policiais que estão no processo de encontrar os responsáveis, são importantes para a história.

DNA Do Crime. Maeve Jinkins como Suellen em DNA do Crime. Crédito: Guilherme Leporace e Alisson Louback/Netflix © 2023

Mesmo tendo referências de séries policiais de outros países, e algumas semelhanças principalmente nas cenas de ação, aqui temos uma série brasileira que aborda elementos que fazem sentido para nós, e que nos conectam melhor com essa estrutura.

O vilão digamos assim, Sem Alma (Thomás Aquino) também aborda estes elementos. Ele, no caso, tem a religião como o seu guia e o poder vem de acordo com as suas realizações. O personagem destaque e que tem o melhor desenvolvimento. 

A série também não perde o elemento humano em seus episódios, não há nenhum super herói ou alguém com habilidades acima da média. Todos fazem o que está ao seu alcance, seja de uma forma inconsequente ou racional e premeditada.

A ação é bem filmada e une planos e construções que normalmente vemos em grandes produções. Seja mostrada de perto ou de longe, ela é imponente e traz o melhor dos atores em cena.

Há claro dois núcleos separados, que são unidos aos poucos por Thomás Aquino, onde vemos que ele está longe de ser um vilão óbvio e com determinações esperadas, mas claro, não está preocupado com quem tem que tirar do caminho. 

DNA Do Crime. (E para D) Giovanni di Lorenzi como Yuri, Mari Oliveira como Maria Clara em DNA do Crime. Cr. Courtesy of Netflix © 2023

Como o desenvolvimento dos episódios, temos novos núcleos que acabam se formando, fora das bolhas ‘bons e maus’. O roteiro soube entender os melhores momentos para afastar e unir estes personagens. 

Como estamos na tríplice fronteira, a série se desloca entre os países, para ajustar a investigação, e trazer novos personagens para a trama principal, e aos poucos adicionar a ciência como parte da investigação.

Há uma preocupação clara em explicar para o espectador, os métodos e como eles se encaixam na investigação, já que não temos apenas o vilão para ser capturado. E até mesmo alimentos comuns no Brasil como salsicha e coxinha, são usados para apontar um suspeito. 

As interpretações de Maeve Jinkings, Rômulo Braga e Thomás Aquino são surpreendentes, sejam por começar pequenas e irem trazendo o passado de seus personagens, com as motivações  possíveis resoluções, engrandece a história principal. 

Mesmo com apenas 8 episódios, o crescimento dos eventos da série funcionam de uma forma que prendem o espectador para o próximo, e sempre busca alguma novidade para sair de um possível marasmo, já que o vilão principal é o mesmo na temporada.

O final épico faz jus a essa construção, e faz de DNA do Crime uma série interessante, com uma realidade brasileira interessante, com uma trama que mescla ação, ciência e suspense com facilidade, além de excelentes interpretações. 

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