O filme possui a premissa de mostrar o amadurecimento de uma criança, porém escolhe caminhos diferentes para isso. Confira a crítica.

Dirigido por Samuel Theis (Party Girl), é uma obra que busca explorar a vulnerabilidade masculina por meio de um protagonista criança, frágil e emocionalmente instável. No entanto, apesar das intenções do diretor, o resultado final é estranho e com lacunas em aberto.
A trama gira em torno de Johnny (Aliocha Reinert), um menino de 10 anos, ele é sensível e vulnerável, ao contrário da sua mãe (Mélissa Olexa), que é completamente durona e até briga com o menino por ele não conseguir se defender de valentões sozinho.
Apesar de ser doce e inocente, Johnny muitas vezes possui papel de adulto em sua casa ao cuidar de sua irmã mais nova durante a tarde todos os dias, e muitas vezes cuidar de sua mãe que sempre está saindo com homens e bebendo por aí. A família do protagonista é de baixa renda e com todas as responsabilidades que ele possui, ele não vê propósito nenhum em sua vida.
As coisas começam a mudar quando Johnny conhece seu novo professor (Antoine Reinartz) que enxerga grande potencial no menino, e o mesmo começa a se abrir sobre seus sentimentos.

Até a metade do filme, pela realidade sofrida pelo menino, dava a entender que a admiração dele pelo professor era para ser adotado pelo mesmo, mas quando estamos chegando no final do enredo, descobrimos que a criança de 10 anos está apaixonada pelo seu professor.
A cena forte de Johnny tentando beijar à força seu professor e depois tentando tirar a roupa na frente do mesmo, traz agonia ao espectador, sobre o certo e errado, mesmo que seja sobre o amadurecimento da criança.
Por fim, ao ser rejeitado, ele tenta se matar na sala de aula, e ainda rolam mais algumas cenas até o encerramento do longa, mas ficam muitas lacunas abertas sobre a história.
Além disso, a trama de Softie parece dispersa e desorganizada. O filme segue uma estrutura narrativa que oscila entre momentos de introspecção do protagonista e cenas de ação pouco coerentes. Essa inconsistência não permite que o enredo seja desenvolvido de forma satisfatória.

Outro aspecto problemático é a falta de originalidade na abordagem do tema da masculinidade. Embora seja importante discutir questões emocionais enfrentadas pelos homens, o longa não acrescenta nada de novo ao debate. O filme se limita a retratar o protagonista como um menino fraco e emocionalmente instável, sem oferecer uma análise aprofundada ou perspectivas sobre o assunto.
As atuações deixam a desejar. O elenco não consegue transmitir a vulnerabilidade e complexidade necessárias para que o público se envolva com a história. Isso resulta em momentos pouco convincentes e emoções superficiais, que comprometem a trama.
Softie falha na execução ao apresentar uma narrativa pouco coesa e atuações pouco convincentes. O filme se perde na discussão sobre masculinidade, deixando pontas soltas que incomodam.
Nota: 2/5
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