Cinema, Crítica de Filme

A Bela América | Crítica

A culinária é o principal elemento do filme que tenta ser uma crônica social e política. Confira a crítica completa.

Após ser despejado de casa junto com a mãe, Lucas (Estêvão Antunes) se apaixona por América (São José Correia), candidata à presidência de Portugal. Durante a corrida eleitoral, o então cozinheiro se esconde na casa da amada e prepara refeições misteriosas para seduzi-la. 

O filme de António Ferreira (Embargo; Pedro e Inês) é uma crônica social e política do que uma comédia, como indica o gênero do filme. A decisão acertada de colocar em debate a questão da moradia em meio ao jogo político, infelizmente foi apagada diante do roteiro confuso que apresentou bons elementos, porém, não soube trabalhar com eles.

A culinária, aqui tratada como arte, é um dos elementos preciosos do filme. Ela representa as condições sociais dos personagens, além de refletir as dualidades políticas da corrida eleitoral. Somada à trilha sonora, cria atmosferas de suspense e de romance que embalam o espectador.

Dividido entre as responsabilidades e a paixão, enquanto Lucas prepara sopa de Urtigas para a mãe, se dedica em cozinhar formigas, peixes, gato e outros pratos para a amada. É assim que, ao passo em que a estranha relação entre Lucas e América vai sendo criada, os pratos vão se transformando, ao ponto do amor que começou com formigas se transformar em um Poejo que não agrada.

O elenco é estrelado por São José Correia (América), Custódia Gallego (Mãe), João Castro Gomes (Vitor), Daniela Claro (Noémia) e Carlos Areia (Antunes), sendo Estevão Antunes destaque positivo como o protagonista Lucas. 

O ator consegue transitar muito bem entre os mais variados estados durante o filme, estabelecendo relações diferentes com cada personagem. É o caso de Noémia, a jovem amiga de Lucas representa um papel importante, sendo uma voz de protesto em meio aos olhos vendados do cozinheiro. 

A Bela América é um dos filmes selecionados e exibidos na 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo – 2023. A produção é uma boa opção para conhecer um pouco do cinema português. Porém, ao se perder no roteiro, torna-se um filme cansativo e não consegue se tornar a crônica social e política para a qual tinha potencial. 

NOTA: 2/5

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