Longa sueco, disponível na Mostra de Cinema Internacional de São Paulo, foca em mostrar três irmãs que foram abandonadas pela sua mãe e agora vivem sozinhas e fragilizadas. Confira a crítica completa.

Dirigido por Mika Gustafson (Silvana – Väck mig när ni vaknat), o filme proporciona um olhar de amor entre irmãs, mesmo em um ambiente repleto de caos.
Acompanhamos a história de três irmãs, que após a mãe sumir de repente, vivem sozinhas, cuidando uma das outras. Embora elas tenham uma sensação de liberdade, fica claro que não fazem ideia do que estão fazendo e que claramente, estão fragilizadas.
Laura (Bianca Delbravo) tem 16 anos, por ser a mais velha, ela que acaba assumindo a função de mãe para suas irmãs, cuida da casa, embora não cozinhe, a geladeira sempre está cheia de comidas congeladas. Mira (Dilvin Asaad) tem 12 anos e a mais nova, Steffi (Safira Mossberg) tem 7, porém por serem mais novas, não assumem tantas responsabilidades e acabam se comportando conforme sua idade.
Para se alimentarem, Steffi utiliza meios de distração para que as outras possam furtar comidas do mercado, e é nesse ritmo que seguem vivendo, sempre rodeadas de amigos, invadindo casas com piscinas e fazendo festas.
A liberdade que vivem parece ser interrompida quando Laura recebe uma ligação de uma assistente social, que recebe uma denúncia de que elas estão vivendo sozinhas. Isso a deixa apavorada, mas pensando em proteger suas irmãs guarda isso para si mesma, somente conta para uma tia, que não as ajuda.
A trama muda quando Laura casualmente conhece Hannah (Ida Engvoll), uma mulher que não leva a vida a sério e embora Laura tenha visto chupeta na casa dela, não pergunta se ela é mãe, pois fica claro que ela não gosta da vida que tem.

Elas ficam muito próximas, pois as duas de certa forma são mães que não estavam preparadas. Começam a invadir casas juntas, ficam chapadas para esquecer de seus problemas, e se divertem com a companhia uma da outra.
Por causa dessa relação, Laura quase não fica mais presente na vida das suas irmãs e isso vira vários motivos de discussões, onde claramente é possível notar como todas elas estão desestruturadas, com raiva e ansiedade dentro de si.
As duas acabam desenvolvendo um relacionamento íntimo, porém Hannah é casada e isso pode trazer problemas. Hannah propõe fingir ser mãe das meninas na audiência da assistente social, porém elas não podem estar juntas, levando a um novo afastamento.
Mira descobre sobre a vinda da assistência social, e mesmo com as brigas, o final é apenas de três irmãs que apesar de tudo, continuam se amando e nada muda isso.

A direção do longa é bem assertiva, a narrativa consegue passar com clareza a desestabilização do lar das meninas e como elas se sentem. Destaque para atuação das três que é bem convincente.
O visual cinematográfico é belo, com planos abertos, que dá um enfoque maior nas paisagens, além dos atores. A única ressalva é a falta de clareza e um desfecho sobre Laura e Hannah, além do que, embora a mensagem do filme seja um amor entre irmãs, faltou uma conclusão sobre o problema inicial do longa.
Paradise is Burning é uma obra ótima, com boas atuações, direção majestosa, belo visual, e incrível narrativa, porém, faltam alguns desfechos e conclusão para se tornar um filme completo.
Nota: 4/5
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