Filme de terror baseado em lenda da cultura indiana, tinha um potencial enorme, porém não soube aproveitar a grandiosidade que tinha em mãos. Confira a crítica.

Dirigido por Bishal Dutta (Triads), traz de seu país Índia, trazer um pouco da cultura de seu país para o longa de terror. Ele assina o roteiro junto de Ashish Mehta e juntos, trazem para a trama alguns aspectos de sua própria vivência pessoal, tendo como base uma lenda indiana e um conto pessoal do avô de Dutta.
O filme retrata a história de Sam (Megan Suri), uma adolescente indiana que vive com a sua família nos Estados Unidos, e para se encaixar em sua escola, ela tende a rejeitar a cultura de seu país e consequentemente também se afasta de sua melhor amiga indiana, Tamira (Mohana Krishnan).
Tamira, aparentemente anda atormentada, isso só colabora para Sam fingir que nunca esteve próxima dela. A menina vive cheia de olheiras, tremendo e segura um pote que ninguém sabe o que tem dentro, mas apenas falar do pote, piora seu comportamento.
Sem saber o que fazer, Tamira decide pedir ajuda para Sam, dizendo que há algo maligno dentro do pote. Sam fica irritada e chama sua antiga amiga de louca, então com raiva, quebra o pote no chão e a partir desse ponto entendemos o título Não Abra. Uma entidade leva ao desaparecimento de Tamira, o que faz com que Sam tenha que aceitar sua linhagem para entender o que está acontecendo.
O filme, infelizmente, deixa muito a desejar. Apesar de sua ideia promissora, o resultado final não atende às expectativas. Várias falhas na sua execução contribuem para uma experiência decepcionante.

Uma das principais falhas do filme é o desenvolvimento da entidade. Sam sabe que está enfrentando uma criatura de uma lenda indiana, mas a todo o momento em que aparece, é invisível, ou aparece apenas sombras com jump scares previsíveis e péssimos, que de fato não tem o que assustar e apenas no final do longa que vemos o que a protagonista está enfrentando, mesmo assim, é mal desenvolvido.
Os personagens são superficiais e desinteressantes, dificultando a nossa conexão com a história. Ao longo do filme, não há um aprofundamento de personagens e trama principal. O público acaba não se importando com que ocorre na tela, já que não conhece bem os personagens.
Inclusive temos personagens que pouco agregaram, mas recebem um final interessante. O único personagem que dá uma abertura mais intimista é o pai de Sam, mas ele também sofre com a superficialidade do filme.
A direção do filme também deixa a desejar. A falta de originalidade na forma como as cenas são filmadas e a falta de criatividade na construção de sequências mais marcantes tiram do potencial da história. Há uma abordagem sombria e impactante, mas não é suficiente para trazer o espectador para a história.
Os efeitos especiais também não são dos melhores, com aparência amadora e sempre dentro do esperado, minam o potencial do longa, que tem uma história até que inédita nos cinemas.
Não Abra é um filme que não conseguiu cumprir suas promessas. Com personagens pouco cativantes, uma trama previsível, uma direção desinteressante e efeitos especiais simples, é difícil recomendar essa obra. Infelizmente, esse filme se perdeu dentro da sua trama, entre suas boas intenções de trazer uma lenda indiana para as telas, sendo o único ponto relevante, para a representatividade da cultura do país e a ideia principal que tinham para o longa.
Nota: 2/5
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