Cinema, Crítica de Filme

Afire | Crítica

Filme alemão disponível na Mostra de cinema Internacional de São Paulo cativa com narrativa que mescla drama e comédia. Confira a crítica completa.

Dirigido por Christian Petzold (Phoenix) o longa possui uma profundidade imensa e cativante, com um elenco talentoso, o filme consegue prender a atenção do público do início ao fim.

Afire tem a trama inicial de dois amigos, Felix (Langston Uibel) e Leon (Thomas Schubert) vão passar uns dias em uma casa de praia, porém no caminho o carro quebra, se perdem, quando chegam no lugar tem uma mulher já hospedada, Nadja (Paula Beer) que perturba por dois dias seguidos o sono dos amigos.

A narrativa tem uma estrutura de uma comédia, com algumas risadas no momento certo. Porém, Petzold consegue combinar bem o elemento cômico com um drama, digno de reflexão e amadurecimento.

Nadja começa a ser amigável com os rapazes da casa e o homem com quem ela tinha um caso, Devid (Enno Trebs), também vira amigo deles. Então a história começa a se aprofundar nos personagens. A narrativa foca muito no ponto de vista de Leon, que é um escritor prestes a lançar seu segundo livro, porém se sente fracassado e inseguro, já que trabalha demais e se diverte pouco.

Além das tramas entre os personagens, também temos elementos ao redor. Desde o começo é avisado pelas autoridades que andam acontecendo incêndios nas florestas locais e conforme a história vai avançando os perigos das chamas estão mais perto.

A estrutura da amizade começa a se desgastar com os dramas do cotidiano, principalmente quando Devid fica mais próximo deles, que depois, acaba se envolvendo romanticamente com Felix. Por mais que tenha momentos bacanas, é possível sentir o lado sombrio que está a se perpetuar dentro da história.

O final é estruturado e não tem nenhuma ponta solta, além de causar um sentimento de tristeza, reflexão e ao mesmo tempo esperança no espectador.

Uma das principais qualidades do longa é a profundidade dos personagens. Petzold cria personagens complexos, com motivações e conflitos genuínos. Através de performances incríveis, os atores trazem vida e emoção para cada cena, tornando fácil para o espectador se conectar e se importar com eles.

A trama do filme é intrigante e bem desenvolvida. O diretor sabe como criar um clima de suspense e mistério, mantendo o espectador ansioso para descobrir o desenrolar dos acontecimentos. A forma como as diferentes histórias se entrelaçam e se complementam.

A estética visual de Afire se destaca. O diretor utiliza de cores sóbrias e uma direção de arte cuidadosa, criando uma atmosfera melancólica e intrigante. A cinematografia é bela e eficaz, capturando cenas memoráveis e contribuindo para a intensidade emocional do filme.

O longa possui uma trilha sonora impecável. A música contribui para a construção do clima e das emoções de cada cena, aumentando a imersão do na história.

Em resumo, Afire é um filme que merece ser apreciado. Com sua narrativa envolvente, personagens complexos, estilo visual sofisticado e uma trilha sonora brilhante, Christian Petzold entrega uma obra-prima. É um filme que irá deixar uma reflexão profunda nos espectadores e prova o talento e a visão artística do diretor.

Nota: 5/5

*Filme visto na 47º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Contato: naoparecemaseserio@gmail.com

Não Parece Mas É Sério

Youtube: Canal do Youtube – Não Parece Mas É Sério

Facebook: facebook.com/naoparecemaseserio

Instagram: @naoparecemaseserio

TikTok: @naoparecemaseserio 

Deixe um comentário