Longa finlandês disponível na Mostra internacional de cinema de São Paulo, impressiona ao trazer reflexões sobre as fases da vida e envelhecimento. Confira a crítica completa.

Dirigido e roteirizado por Hanna Västinsalo (Man Under Bridge); Palimpsest é uma obra cinematográfica cativante. Com sua visão singular e uma narrativa envolvente, o filme nos transporta para um mundo fascinante e misterioso.
A trama conta a história de Tellu e Juhani que aparentemente quase não têm nada em comum, exceto pela idade de 80 anos e um quarto que dividem enquanto esperam pela morte. Seus destinos mudam quando eles são escolhidos para um teste de terapia genética, que poderá promover eles em um rejuvenescimento absurdo.
À medida que seus corpos ficam mais jovens, Tellu e Juhani ficam amigos e tem a oportunidade de explorar o mundo que pensavam ter perdido para sempre. Embora ela não queira pensar muito no futuro, pois não tinha ninguém em sua vida, ele é forçado a reconsiderar sua segunda chance após a morte de sua esposa, Matilda.
Juhani percebe que sua juventude lhe dá a chance de transformar seu sonho de infância em realidade, pois sempre foi apaixonado pelo espaço e no mundo atual, não era difícil estudar para alcançar as estrelas. Tellu nunca imaginou que seu tranquilo colega de quarto deixaria o programa, achou que fossem rejuvenescer juntos, mas ele decide parar por volta dos 30 anos e ela fica desolada sem saber como prosseguir e questiona suas escolhas.
Tellu, em seu corpo pré-adolescente, diz a Juhani que ela foi aprovada para rejuvenescer ainda mais e precisaria de alguém para adotá-la. Antes de perder a memória, ele agora precisa decidir se deve ajudar sua amiga a terminar de rejuvenescer, ela não lembrará de nada do processo.
Uma das maiores forças do longa é a sua abordagem visual marcante. A diretora habilmente combina cores e composições de uma maneira que cria uma atmosfera única para o filme. Cada cena é ricamente detalhada e repleta de simbolismos, o que contribui para a imersão do espectador na história.

Além disso, o roteiro é brilhantemente construído. A trama complexa se desenrola de maneira cativante, deixando o público intrigado e ansioso para descobrir o desfecho. A forma como a diretora aborda questões existenciais e emocionais torna o filme maior que uma simples história, como uma reflexão profunda sobre a natureza humana.
Os atores entregam interpretações poderosas e convincentes, dando vida aos personagens de maneira impressionante. A química entre eles é incrível, trazendo uma autenticidade e intensidade às cenas.
A trilha sonora do filme merece destaque. A escolha cuidadosa das músicas e a forma como elas são integradas às cenas contribuem para a atmosfera do filme, intensificando as emoções e adicionando camadas adicionais à história.
Em resumo, o longa finlandês é uma obra cinematográfica singular que merece ser aplaudida. Com sua visão artística única, roteiro envolvente, performances marcantes e trilha sonora brilhante, o filme é capaz de cativar o público e deixá-lo refletindo sobre as nuances da vida e da existência humana.
Nota: 5/5
*Filme visto na 47º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
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