Filme turco disponível na Mostra internacional de cinema de São Paulo apresenta história tensa e intrigante. Confira a crítica completa.
Dirigido por Aslihan Unaldi (Overdrive – Istanbul in the New Millennium) que explora diferentes elementos narrativos e visuais, porém o resultado final tem alguns problemas.
Zeynep é uma mulher que chega de Nova York a uma pequena cidade na costa da Turquia com seu marido americano, Stephen. Ela retorna para uma família desfeita, onde tem seus pais divorciados e uma irmã mais nova que se separou.
A família embarca numa viagem de barco de uma semana, que pretende ser a última oportunidade para o pai de Zeynep, Yusuf, um jornalista que está a ser processado pelo governo, se reconectar com as suas filhas antes de ir para a prisão. Eles estão reunidos novamente, alegres e isso causa uma sensação de conforto para o espectador, pelo menos no começo.
À medida que a viagem continua, começamos a perceber que as coisas não são o que parecem. Esta não é uma simples reunião familiar, há algo mais além de uma conexão entre eles. A tensão aumenta enquanto a família aguarda o resultado do apelo de Yusuf, e quando um jovem local perturba ainda mais a dinâmica familiar, a viagem toma um rumo inesperado.
O longa apresenta uma falta de clareza no enredo. A história se desenrola de maneira fragmentada e desorganizada, dificultando a compreensão do que realmente está acontecendo. Isso torna difícil para o espectador se conectar com os personagens e investir emocionalmente na trama.
Além disso, a narrativa é lenta, com grandes cenas, em duração, causando desconexão com a trama principal, já que o filme não consegue manter um ritmo consistente.
Apesar dessas falhas, é importante destacar a estética visual do filme. A cinematografia é bem trabalhada, com belas paisagens e uma paleta de cores atraente.
Mesmo com sua narrativa mais lenta e fraca, o filme não deixa de lado sua essência de deixar o espectador tenso e curioso em relação ao que irá acontecer com a família e o que irá ser revelado. As atuações ajudam bastante no quesito de deixar o público intrigado.
O longa tenta abordar temas complexos e contar uma história intrigante. No entanto, o ritmo lento e uma certa falta de clareza inicial, fazem com que o filme não atinja todo o seu potencial. Ele oferece uma boa história com um final envolvente e curioso, mas o caminho não é tão gentil assim.
Nota: 3/5
*Filme visto na 47º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
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