Cinema, Crítica de Filme

Dinheiro Fácil | Crítica

Dinheiro Fácil explica de uma forma quase didática como o mercado de ações não se preocupa com você, e que pode te derrubar a qualquer momento. Filme está na programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

O filme conta a história de Keith Gill (Paul Dano), jovem investidor que compra ações online e divulga os resultados em seus canais nas redes sociais. No auge da pandemia, com uma filha e contas para pagar, ele decide apostar todo seu dinheiro nas ações da GameStop. Keith ganha uma legião de seguidores, e o que começou com um investimento acaba se tornando um verdadeiro movimento contra Wall Street que vai assustar os bilionários.

O roteiro escrito por Lauren Schuker Blum e Rebecca Angelo, é baseado no livro The Antisocial Network, de Ben Mezrich, tem um tom quase didático de como o mercado de ações é diferente, se você é rico ou com poucos investimentos. O longa se preocupa em mostrar dois mundos, para deixar claro como as coisas são de cada lado.

Novamente Paul Dano, conduz toda a narrativa do filme, sua atuação não tem grandes arcos dramáticos ou momentos intensos, mas ele nos faz gostar de Keith logo nas primeiras cenas, seja pelo seu trato com a família, e por ser sempre sincero nos seus comentários. 

A linearidade proposta por Craig Gillespie (Cruella e Eu, Tonya) mostra todos os lados, tendo o tempo para explicar e trazer os personagens para diversos momentos, e ir crescendo sua trama aos poucos.

Essa lentidão de fatos e pontos de virada incomodam inicialmente, já que a história prefere mostrar as pessoas/personagens do que avançar a trama, apenas quando Keith chama a atenção de Wall Street, o filme encontra seu ritmo, e seus temas são, enfim, relevantes para o espectador.

Ele mostra como o dinheiro é importante e como ele pode variar de acordo com seus sonhos, vontades e escolhas. Para isso, o elenco secundário é utilizado para trazer estes pontos e agregar o fator humano. 

O mesmo pode se dizer do outro lado, onde eles falam de uma outra relação com o dinheiro e o mercado fica sempre a seu favor, e como os poderosos sempre ajudam os poderosos, sem pestanejar. 

O roteiro não busca encontrar os dois lados, ou um ponto em comum, e sim, manter a distância entre eles. As cenas mostram isso, seja pelos planos abertos nas casas com piscina, ou fechados nas casas de outros personagens. Temos duas realidades sendo mostradas com facilidade.

Com este excesso de subtramas, há alguns problemas de fechamento de algumas, e momentos que ficaram restritos a alguns atos, que por mais que sejam para deixar alguns pontos certos para o espectador, porém há repetições de ideias em alguns momentos, deixando o filme em um marasmo sem fim.

O longa trabalha no que se propõe, traz uma boa história, com um ótimo protagonista, mas sofre com alguns inchaços de tramas e personagens, o que pode trazer uma experiência diferente para alguns espectadores. 

Nota: 3/5

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