Teatro

Mulheres que Nascem com os Filhos | Crítica

Mulheres que Nascem com os Filhos traz os anseios, futuro e pensamentos da maternidade, a partir de atuações intensas de Samara Felippo e Carolinie Figueiredo.

Crédito: Maria Dinat

Mulheres que Nascem com os Filhos, é cômica e dramática como a própria vida de mãe, a peça acompanha a trajetória do renascimento da mulher após a maternidade. Indicada para mulheres, mães, homens e todos que são filhos, a montagem aborda de forma sensível, bem-humorada e sarcástica – como a própria vida das mães – o cotidiano e os dilemas do universo da maternidade, além da trajetória de renascimento da mulher com a chegada desse momento. 

Samara Felippo e Carolinie Figueiredo podem inicialmente trazer um retrato pessoal das suas experiências com a maternidade, porém a peça dirigida por Rita Elmôr parte deste lugar, para uma atmosfera que mães vão se encontrar em diversos atos.

A transição entre momentos respeita a linearidade apenas nos acontecimentos de fatos, como a gravidez, o nascimento e criar de uma crianças, porém os temas que o roteiro traz, buscam conversar com os problemas que passam na cabeça de uma mãe durante essas etapas. 

As atrizes trazem estes sentimentos que transitam pelo cômico e dramático, entendendo os momentos para imprimir cada um, seja pelas situações no palco, ou quando ele traz um tema duro, que precisa uma nova abordagem.

As duas transbordam plasticidade e companheirismo em cena, mesmo com a troca de histórias pessoais, como se fossem duas amigas que querem desabafar uma com a outra, e ainda contar sua relação com os filhos, em diferentes faixas de idade.

A peça também traz diversos simbolismos, seja pela canção que abre e fecha o espetáculo, pela corda em cena que muda de função a cada novo momento, e os vídeos que trazem as histórias de outras mães, em meio a uma árvore central.

Crédito: Lorena Zschaber

Esse retrato de mães acerta por justamente ter realidade por todos os temas, e traz a espectadora mãe ou grávida para a trama principal a todo momento, mesmo nos alívios cômicos, onde elas buscam ajuda para tentar se entender o que sentem a cada novo momento da maternidade. 

O roteiro segue sempre este papo de amiga, sem buscar explicações técnicas ou médicas para o que as mães sentem ou passam, por isso que a peça se destaca entre tantas outras, por ser essa rede de conversas, e se manter nela.

As atrizes falam das alterações corporais, em momentos que parecem cômicos, mas mostram como a mulher é transformada em todos os sentidos, a partir do momento que engravida, e precisa ser multitarefa para lidar com filhos, maridos e trabalho.

Falando em maridos, a peça critica a postura do homem nestes momentos e como a sociedade o vê de forma diferente quando ele se torna pai, de como ele se torna uma referência quando ‘ajuda’ a mulher, quando na verdade, ele faz apenas sua obrigação como genitor. 

As atrizes fazem das suas experiências, um espetáculo belo, tocante e sensível para todas as mães, seja pela comédia ou drama, elas usam o corpo e texto um espetáculo que é impossível se sentir alheio aos sentimentos que elas trazem a cada nova cena. 

Nota: 5/5

Serviço

Mulheres que Nascem com os Filhos

Apresentações: 6 de outubro a 19 de novembro de 2023

Sexta e sábado, às 20h, e domingos, às 19h

Teatro MorumbiShopping – Av. Roque Petroni Jr., 1089 Piso Superior G1, 0 – Jardim das Acácias

Ingressos:  R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada) 

Vendas pelo site https://bileto.sympla.com.br/event/85698/d/210681/s/1423036

Bilheteria abre duas horas antes do início do espetáculo 

Capacidade: 250 lugares

Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos
Acessibilidade: O teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

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