O documentário mostra o diretor Karim Aïnouz em busca de suas raízes argelinas, que mesmo que pareça um diário de viagem em certos momentos, ele é emotivo, denso e com um trilha certeira. Confira a crítica completa.

O Marinheiro das Montanhas (2021), é dirigido e produzido pelo cearense Karim Aïnouz, mais conhecido pelos filmes Madame Satã, O Céu de Suely, Praia do Futuro e A Vida Invisível. Em uma proposta mais intimista, ele documenta a história sua origem, conta sobre o amor e depois separação de sua mãe brasileira Iracema e do seu misterioso pai argelino Madjid.
Sua mãe e seu pai se conheceram em 1965, nos Estados Unidos, ambos estavam no país para fins acadêmicos. Casaram-se, Madjid voltou para a Argélia, sem Iracema, que voltou para Fortaleza grávida e sozinha. Karim conta que só conheceu seu pai com 18 anos, antes disso, o pai dele era um total mistério.
Em sua primeira viagem à Argélia, além de sua história pessoal, Karim retrata no longa sobre a Guerra de Independência Argelina e várias questões sobre a cidade de Cabília, região montanhosa do país.
Algo que chama atenção é a narrativa simples do Karim, embora o filme retrate sobre a realidade Argelina, o diretor soube fazer toda sua narração de forma singela, como se fosse uma conversa com os seus amigos sobre uma viagem que tenha feito.

As comparações sobre a realidade brasileiro e argelina são muito fortes, seja sua mãe em Fortaleza, ou seu pai na Argélia, ele sempre busca as emoções deles para contar a sua história, e de inserir novas emoções nos atos.
Karim Aïnouz usa uma fotografia bela e singela, pois quer mostrar os pontos turísticos do país sem que fique algo artificial, ele busca mostrar a beleza de Argélia, sem recursos grandes para isso, tal simplicidade é suficiente para trazer a emoção ao espectador.
Ponto positivo também para a parte de trilha sonora que acompanha de forma inesperada e perfeita, com a mesma forma dos outros aspectos técnicos, que são inicialmente simples, mas carregam sentimentos e principalmente naturalidade.

O filme Nardjes A é um documentário anterior do diretor em que serve de complemento para a obra do O Marinheiro das Montanhas já que ambos retratam uma visão sobre a Argélia e também vale sua visita ao cinema.
Em resumo, o longa retrata sobre pontos de vistas pessoais do diretor e traz uma perspectiva do seu país de origem e das pessoas que por lá vivem, tudo de maneira simplista, o filme faz o espectador refletir. como de praxe das obras do Karim. É um filme que embora possa não agradar algumas pessoas por conta da mistura de vivências pessoais e assuntos políticos, traz uma vivência rara e principalmente, um retrato do diretor de uma forma que seus filmes não mostraram.
Nota: 5/5
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