O documentário dirigido por Karim Aïnouz, aborda questões de opressão, luta por liberdade e o papel das mulheres na sociedade argelina. Confira a crítica completa.

Nardjes A foi produzido em 2019 e lançado em 2020. É um longa inspirador e politicamente carregado que nos transporta para a Argélia em um momento crucial da história recente do país. Dirigido e produzido pelo cearense Karim Aïnouz (Madame Satã, O Céu de Suely, Praia do Futuro e A Vida Invisível). O filme aborda questões de opressão, luta por liberdade e o papel das mulheres na sociedade argelina.
Uma das principais qualidades do filme é a sua abordagem realista aos eventos que acontecem durante a revolução conhecida como Hirak. A história se concentra em Nardjes, uma jovem ativista que está participando dos protestos populares contra o governo argelino. Através de sua percepção, somos imersos nos desafios e esperanças dessa nova geração que luta por mudanças.
Uma das maiores forças do filme é a atriz Zineb Triki, que interpreta Nardjes de forma incrível. Ela transmite a determinação e a coragem da personagem, ao mesmo tempo em que mostra seu lado vulnerável e humano. Ela consegue cativar o espectador e fazer com que nos identifiquemos com suas lutas pessoais e políticas, lembrando as manifestações recentes do Brasil em alguns momentos.
Além disso, o diretor usa recursos cinematográficos interessantes para retratar o ambiente tenso e em constante mudança do país durante os protestos. A fotografia é magnífica e reflete a energia e a emoção das manifestações. A trilha sonora também desempenha um papel importante, aumentando a tensão e o impacto emocional das cenas.

No entanto, o filme não desenvolve certos personagens secundários. Alguns deles poderiam ter sido mais explorados, proporcionando uma visão mais completa e complexa do movimento de protesto e da sociedade argelina em geral.
Nardjes é um filme indispensável para aqueles interessados em questões sociais e políticas. Ele nos lembra do poder da resistência popular e da importância de lutar por nossos direitos e liberdades. A narrativa é envolvente e a boa atuação faz com que o público se conecte emocionalmente com os personagens e reflete sobre os impactos desses eventos no contexto global.
Temos um filme poderoso que retrata com sensibilidade a revolução argelina e o papel das mulheres na luta por mudanças sociais. O filme nos envolve com sua história marcante e performances brilhantes.
Nota: 4/5
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