O novo filme brasileiro focado nas mulheres é engraçado e divertido, mesmo que por vezes traga cenas sem foco pra narrativa. Confira a crítica completa.

Dirigido por Eliana Fonseca e roteirizado por Jacqueline Vargas, TPM! Meu amor foca em um momento íntimo que toda mulher passa pelo menos 1 vez ao mês: a tensão pré menstrual. Porém na trama, a protagonista Monique (Paloma Bernardi) vive uma TPM constante que parece não ter fim, o que intensifica todas as situações vividas por ela em sua rotina.
O longa começa mostrando como a enfermeira Monique lidou com um péssimo encontro, e como ela gostaria de ter lidado se agisse como ela mesma. Posteriormente, vemos que ela perde uma promoção merecida no trabalho por conta de ter descoberto que seu chefe está traindo sua prima Carol (Maria Bopp), o que provoca ainda mais a ira interna que ela sente, mas nunca demonstra.
O filme tem uma trilha sonora inteligente, que aparece em momentos certeiros e com letras que sempre se encaixam às situações vividas pela protagonista, além de uma ótima atuação de Paloma. Porém, a narrativa se perde quando foca em cenas que no fim das contas não agregam em nada para história, como a morte repentina de sua tia idosa após usar um brinquedo erótico; ou o pai da protagonista ter feito uma cirurgia peniana que apenas serve para gerar algumas poucas risadas nos telespectadores.

Apesar das cenas engraçadas e picantes com Júlio (Rafael Zulu), o filme mostra como Monique não precisa de um par romântico para se encontrar com ela mesma, assim como nenhuma outra mulher da história.
É importante como o filme retrata o relacionamento abusivo que Carol vive com seu namorado, que além de assediar outras mulheres, ainda manipula a situação para culpabiliza-las e sair como a vítima. A união formada por todas as mulheres que quebram o silêncio e decidem finalmente acusá-lo pelos crimes cometidos dentro do hospital é de extrema importância, além de mostrar como por vezes suas denúncias são abafadas por se tratar de um homem que tem um poder executivo maior que elas.
O filme mostra como Monique segura sua verdadeira identidade dentro de si mesma com medo de não ser aceita, o que torna o longa uma espécie de jornada de auto conhecimento para a protagonista se encontrar finalmente, até que se sente verdadeiramente feliz e liberta, o que faz sua menstruação descer e sua longa TPM chegar ao fim.
No fim, uma audição musical de uma de suas pacientes encerra a trama, o que acabou sendo quase que empurrado pelo roteiro de forma aleatória para que todas as mulheres se reunissem em um só lugar para o final da história. No geral, esse é um filme divertido que da palco para uma questão feminina tão importante que por vezes é tratada com tabu, porém que não sabe exatamente o momento certo de focar nas subtramas.
Nota: 3/5
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