As Órfãs da Rainha tem pré-estreia no dia 16 de agosto no Festival de Cinema Judaico e entra em cartaz no dia seguinte nos cinemas em SP. Tendo como foco a chegada da Inquisição no Brasil Colônia, o longa-metragem discute temas ainda atuais, como a opressão às mulheres e a mazela da intolerância

O longa histórico As Órfãs da Rainha, novo filme da diretora, produtora e roteirista Elza Cataldo, faz sua pré-estréia em São Paulo no próximo dia 16 de agosto, dentro da programação do 26º Festival de Cinema Judaico. Já no dia seguinte, 17 de agosto, a obra – que recebeu o prêmio de Melhor Filme Histórico no Toronto International Women’s Film Festival, entre outros prêmios, entra em cartaz nos cinemas da capital paulista.
Com distribuição da Cineart Filmes e produção da Persona FIlmes, Elza Cataldo – que estreou na direção com o aclamado Vinho de Rosas (2005) – volta mais uma vez ao passado, trazendo o período da Inquisição no Brasil Colônia do século XVI e promove um resgate da importância da presença feminina nas páginas da história brasileira para falar de temas infelizmente ainda atuais, como a opressão às mulheres e a intolerância.
Podendo ser considerado como uma narrativa de ficção no gênero histórico, “As Órfãs da Rainha” conta a história das três irmãs órfãs, Leonor (Letícia Persiles), Brites (Rita Batata) e Mécia (Camila Botelho). Criadas como católicas pela rainha de Portugal, elas são enviadas a contragosto para a colônia brasileira com a ordem de se casarem. A dura adaptação à precariedade do Novo Mundo é vivida de forma diferente por cada uma delas. Leonor é quem mais resiste à nova realidade e escreve cartas para a rainha, pedindo permissão para voltar. A resposta, entretanto, nunca chega.
À medida que o tempo passa, ela se apaixona pelo marido, Escobar, tem filhos com ele e passa a admirar a religião judaica. Brites, por sua vez, faz de tudo para conquistar o marido violento, Tales, e lhe dar um filho. Já Mécia, rejeitada devido a uma deficiência física, se encanta por um indígena. A irmandade é colocada à prova quando o Inquisidor chega à Bahia, em 1591, espalhando medo e desconfiança entre os habitantes de Vila Morena. Leonor, Brites e Mécia são surpreendidas por acusações de práticas judaizantes. Em meio às ameaças da Inquisição, as três irmãs descobrem sua verdadeira origem e vão fazer suas próprias escolhas.
“As Órfãs da Rainha” foi filmado na Zona da Mata de Minas Gerais, em uma antiga fazenda localizada na zona rural de Tocantins (onde uma vila cenográfica foi construída). Sobre a cenografia, Elza Cataldo conta: “O cinema nos possibilita transformar um lugar no outro, uma pessoa na outra. Nós transformamos uma fazenda de Tocantins nesta localização do Recôncavo Baiano, graças a um trabalho imenso realizado por um conjunto de profissionais talentosos e coordenado pelo diretor de arte Moacyr Gramacho”.