Destinos Opostos nos lembra que nos reconectar com o passado nem sempre é uma tarefa fácil. Confira a crítica completa.

Por mais que crescemos e nos tornamos adultos, com independência financeira, e tudo mais que essa nova vida nos agrega, há sempre aquela sensação que viemos de algum lugar, e que temos alguma forma de pertencimento com o nosso passado, mesmo que ele não tenha sido o dos melhores.
O longa dirigido por Walther Neto é sobre aquele premissa que já vimos em algumas obras, de se encontrar com o passado após uma tragédia familiar, e reviver estes momentos que mudam a perspectiva de vida, principalmente do protagonista quando ele é preenchido pelas lembranças.
Ambientado no Pantanal, o filme acompanha Tony de Barros (Breno de Filippo), um empresário de sucesso movido por ambição e vitórias. Nascido e criado na fazenda do pai, ele rompe com as raízes após a morte da mãe, e se muda para uma cidade grande em busca de uma vida melhor. Agora, com uma carreira empresarial de prestígio internacional, ele precisa voltar à antiga casa após a morte do pai para resolver as questões burocráticas relacionadas à herança e aos terrenos.
Por ser uma temática conhecida, o longa acaba focando nas interações do protagonista com os que estão na fazenda, para dar espaço para os momentos do passado e entendermos as escolhas de Tony quando adulto.

Na viagem ele reencontra os amigos de infância Waldir (Danilo Sacramento) e Helena (Priscila Sol), que cresceram nas terras do pai e adotaram um estilo de vida pantaneiro diferente do milionário cosmopolita. E nessas interações temos os bons arcos dramáticos, e nova criação de laços do protagonista.
Os diálogos do roteiro (Erik de Castro e Edu Felistoque) não buscam a novidade, e sim a realidade para trazer ao filme, usando os atores para os elementos que precisam ser trabalhados para dar sentido, principalmente ao trio protagonista.
Isso faz com que a trama siga sem sustos e de uma forma previsível, mesmo com três personas diferentes em tela. Há os momentos de alegria, tristeza e reconciliação pelos atos, sem grandes rodeios.
A partir disso, acabamos percebendo com o Pantanal mostrado no filme, não é uma mera locação, há espaço para falar de ecossistemas, a viabilidade de espécies e o desenvolvimento sustentável da pecuária da fazenda, com os animais presentes na região.

Os arcos produzidos trazem ao menos, ótimas atuações do elenco, já que temos diversas camadas em todos. Mesmo com o protagonismo de Tony, os personagens secundários possuem características a serem trabalhadas e que são exploradas pelo roteiro.
Além da ecologia, as paisagens, animais e os locais são um passeio pelo ecossistema, e incorporado com a dinâmica do filme, fica tudo ainda mais belo. Seja pelo céu e suas cores, com os grandes planos, mostrando as interações dos seres vivos.
Destinos Opostos traz o filme que esperamos, sem surpreender, porém tem bons diálogos e uma narrativa que faz sentido ao que vemos, e ainda aproveita para falar do ecossistema brasileiro e sua importância.
Nota: 3/5
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