Human Lost fala de humanidade, escolhas de vida e sociedade distópicas, em um longa cheio de belos traços e trilhas impactantes. Confira a crítica completa.
A história do filme se centra no personagem Oba Yozo, um cara que se considera um fracassado como adulto e não consegue entender os seres humanos. O ano é 2036, a ciência conseguiu superar a morte com uma tecnologia nano interna, porém apenas os mais ricos conseguem pagar por tal tecnologia milagrosa. Ele não é uma dessas pessoas. Com crises de seus sonhos ele se junta a uma gangue de bicicleta de seu amigo para o “The Inside”, onde a elite vive.
A sociedade distópica traz o debate sobre vida e a morte, já que a segunda opção não existe mais, porém há detalhes a serem explorados pelos capítulos da história dirigida por Fuminori Kizaki (Afro Samurai) unido a modelagem 3D que agrega as cenas de ação e nas batalhas.
Mesmo com a distopia e as camadas de ciência, o longa sabe parar e explicar os seus termos e elementos, o que facilita a imersão com a história, além de valorizar a importância do protagonista em meio a tudo.
A tecnologia que é protagonista, esquece do elemento humano, da essência humana e sua capacidade de avaliar as situações. E como lidar com o corpo que é sempre saudável, e psicológico não tem a mesma estrutura ou cuidado.
Esse elemento que aparece logo no começo de Human, que poderia ser o destaque nos atos seguintes, é a única informação que não é trabalhada na sequência dos capítulos, como se fosse algo esquecido, totalmente diferente das outras tramas que são adicionadas a cada novo diálogo.
A ação e combate possuem referências visuais de outros animes como Akira e Ghost in The Shell, mas a condução das ideias são outras aqui. O 3D das cenas são limpos e contínuos e as coreografias são práticas e intensas, além de uma trilha excelente.
E as cores e fotografia também são ótimas, com muito neon e profundidade, as artes que combinam com a sociedade construída, além das interações dos personagens com a tecnologia proposta com facilidade, e para um longa desse tipo, é primordial. Aqui tudo funciona bem.
A não perfeição de Yozo, funciona bem em seu começo, mas acaba indo para aquele caminho que já conhecemos, onde ele pode ser a chave de algo mais, porém inicialmente o protagonista não está muito interessado. Isso prejudica a sua jornada, já que sabemos os próximos passos.
O filme fala do psicólogo, no sentido de lidarmos com os nossos demônios internos, de como ele sempre tenta nos modificar perante a sua ação. Oba tem o seu elemento ‘humano’ com o seu principal ponto, já que ele sempre precisa brigar com seus próprios medos para seguir em frente.
Human Lost é visualmente incrível, com boas cenas de ação, e mesmo com uma história que parece conhecida tem bons temas psicológicos em tela.
Nota: 3/5
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