O Rio Do Desejo usa a simplicidade do local e dos personagens, para um drama intenso e com grande atuação de Sophie Charlotte. Confira a crítica completa.
Em um país continental, temos diversas realidades e formas de se ganhar a vida. O Rio do Desejo de Sérgio Machado (“Cidade Baixa”) traz a simplicidade de um local para um drama que demora a acontecer, mas temos algumas recompensas.
Os primeiros atos são contemplativos, por justamente termos uma realidade rara nos cinemas, fugindo dos grandes centros urbanos e das narrativas que estamos acostumados.
Pensando nisso, o roteiro usa seu começo para as devidas explicações, principalmente o trio protagonista por Capitão Dalberto (Daniel Oliveira), Armando (Gabriel Leoni) e Anaíra (Sophie Charlotte). Além do núcleo familiar onde somos imersos.
A fotografia usa as paisagens em planos abertos estupendos, seja pelos barcos, os horizontes e pouca luminosidade da cidade simples.
Quando temos um filme estabelecido, percebemos a potência do seu trio, principalmente Sophie, que faz uma personagem que transforma o longa a cada nova cena.
E com isso, temos a consciência dos diversos tipos de amor e de relações, de como elas são construídas, seja no primeiro amor ou aquele que cresce nas relações cotidianas.
E estas relações fazem o filme não só fazem o filme ‘ganhar corpo’ como exacerba as tramas e elementos nos atos seguintes, sem precisar de uma grande saída, tudo o que vemos faz sentido no seu desenvolvimento.

A realidade onde somos inseridos, mostra a simplicidade de um outro Brasil, um que tira seu sustento, e quer crescer na sua realidade, não importando a sua forma de ver a vida.
O trio de protagonistas, trazem sentimentos diferentes, que conversam com a realidade do filme, seja na alimentação, na convivência e nas canções regionais que agregam e são detalhes, que para este tipo de longa são importantes e relevantes.
A espera pela intensidade dos atos, são recompensadores. Já que a química do trio protagonista progride, e temos as camadas do personagens sendo apresentadas, em grandes cenas, com o destaque para o crescimento de Sophie Charlotte pela trama.
Sergio tem um filme que cresce ato a ato, e mantém ele em sua estrutura, sabendo quando explorar cada pequena trama do seu trio. E a cidade que os envolve, e sua realidade. E te surpreende em vários pontos de virada, mesmo com um longa que parece simples em seu começo.
Fugir dos grandes centros e das narrativas, Rio Do Desejo se destaca pelas tramas e por seus personagens, e sabe como entreter, sem precisar de saídas fáceis.
Nota: 4/5
Contato: naoparecemaseserio@gmail.com
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