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| Memórias de Um Amor | Crítica

Em um filme que mostra as escolhas que temos que fazer para acolher nossos entes queridos. Memórias de Um Amor consegue emocionar, mas tem dificuldade de sustentar sua história. Confira a crítica do filme que estreia nas principais plataformas digitais.

A história aborda um mundo atingido pela pandemia na qual as pessoas são diagnosticadas com SNI – Síndrome Neuroinflamatória e, consequentemente, são acometidas com a perda de memória. Diante do inevitável os recém-casados Emma e Jude vão ter que enfrentar a realidade da doença e lutar para conservar as lembranças de sua história de amor.

Temos aqui um casal, Emma (Olivia Cooke de O Som do Silêncio) e Jude (Jack O´Connell de Jogo do Dinheiro) que está junto a pouco tempo em sua nova casa e os eventos pandêmicos começam a ocorrer, mas esta pandemia é diferente da que vivemos, já que ela afeta a memória de uma forma diferente. Imagine de um momento pro outro, você esquecesse uma parte da sua vida, como sua profissão, seus amigos e no caso de Memórias de Um Amor, seu companheiro de vida.

O longa tem um crescimento lento, já que muitas explicações são essenciais, como o surgimento dessa pandemia, infectados e como a população reage. O roteiro de Aja Gabel e Mattson Tomlin faz algo diferente aqui, para explicar os efeitos destes problemas causados ele usa o casal amigo Samantha (Soko) e Ben (Raúl Castillo) para mostrar o que ocorre com que se infecta com SNI, assim não espere muitas cenas de hospitais aqui.

Crédito: Sony Home Entertainment

Este tom didático se perde quando Jude é infectado e ele começa se esquecer de detalhes ligados a Emma, isso entra em outra parte da pandemia, a parte onde começamos a buscar respostas, possíveis tratamentos e médicos dispostos a ajudar. Mesmo sendo um filme ficcional, estes atos se parecem bastante com o nosso momento da pandemia, principalmente no Brasil.

Nessa crescente em que o filme entra depois disso, são os momentos mais duros, já que Jude começa a não se lembrar de detalhes com sua esposa, essas cenas mostram toda a potência de Olivia Cooke e Jack O´Connell, são momentos duros e sensíveis, sejam nas discussões ou nos pequenos gestos de auxílio mútuo. O diretor Chad Hartigan (Morris From America) sabe que seu filme está aqui, porque no que vêm a seguir não está.

E não está devido ao fato de o filme esquecer da pandemia e focar nas relações, não vemos máscaras, noticiais e detalhes para mostrar se a doença está em descontrole ou não. O foco é o núcleo dos dois casais, quando saímos deles, parece um filme comum de encontros e desencontros. E usar uma pandemia de pano de fundo durante uma pandemia sem detalhes, não era uma missão tão difícil assim.

Crédito: Sony Home Entertainment

Mesmo com este problema técnico, Memórias consegue discutir o problema que ele mostra em seu começo, trazendo os elementos do conto original, e aproveitar o fato de estarmos uma pandemia para lançá-lo foi uma estratégia interessante, mas falou alguns detalhes.

Estes detalhes diminuem a qualidade final do filme, já que o ponto forte são os quatro personagens, quando eles não estão em cena, ou fazendo uma cena sozinho é um longa comum. Sorte nossa que o elenco entrega boas cenas.

Nota: 2/5

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