Confira a crítica de O Poço, novo filme original Netflix.
‘Poço’ conta a história de um lugar misterioso, uma prisão indescritível, um buraco profundo. Dois reclusos que vivem em cada nível. Um número desconhecido de níveis. Uma plataforma descendente contendo comida para todos eles. Uma luta desumana pela sobrevivência, mas também uma oportunidade de solidariedade, mas o filme que parece simples é carregado de simbolismos, sendo um dos melhores filmes já produzidos pela Netflix.
O filme que começa lento mostra Goreng (Ivan Massagué) que esta em uma prisão que possui níveis, onde você se alimenta com os restos dos níveis anteriores, por exemplo, se você está no nível 48, sua plataforma de comida são os restos de 47 plataformas acima, que fica disponível por 2 minutos e os dois usuários momentâneos não podem de nenhuma forma estocar ou roubar comida, ou serão severamente punidos.
Quando vamos conhecendo Goreng e seu parceiro de nível Trimagassi (Zorion Eguileor) parece apenas mais um filme com realidade distópica, que segue uma ideia de roteiro, mas conforme a história avança, percebemos que essa ficção é mais real do que imaginamos.
Goreng (Ivan Massagué) em cena
Foto: Divulgação – Netflix
O longa de estreia de Galder Gaztelu-Urrutia é carregado com simbolismos durante toda sua contação de história, com algumas críticas para a sociedade que vivemos hoje, como a distribuição de alimentos, onde é produzido a quantidade ideal (Até acima) do que todos os níveis precisam com alta qualidade; Porém quando há má distribuição da comida pelos detentos, sejam por fome ou falta de solidariedade, ela acaba não chegando a níveis inferiores, o que desperta a melhor discussão que ‘O Poço’ possui, o instinto de sobrevivência.
Muitos prisioneiros pela falta de comida (Água não é um problema, é distribuída por todos os ‘andares’) mostra como o ser humano é brutal pela sobrevivência; O diretor usa inclusive elementos do gore para mostrar isso, é uma escolha pesada, mas entendemos a escolha.
Outro ponto de destaque são os personagens secundários, pois o objetivo não é trazer movimentação a trama e sim trazer ainda mais simbolismo na narrativa com um ótimo balanceamento, pois cada um aparece em um momento diferente da história, isolados dos restantes. Facilita a compreensão do espectador, além que um filme como este precisa ser prestada atenção. Cada um representa algo dentro da essência humana e suas distribuições pelo longa são bem executadas
Cena de ‘O Poço’
Fonte: Divulgação – Netflix
Enquanto temos uma forma bem marcada para contar essa história, não podemos dizer o mesmo do seu final (Sem spoilers) que ao contrário dos acontecimentos anteriores fica totalmente em aberto, deixando o espectador incerto sobre os fechamentos da trama; A resposta de como tudo ocorreu irá variar de acordo com a personalidade de quem assiste.
O longa tem um resultado positivo, sendo um dos melhores filmes da Netflix deste ano, porém ele tem excesso de sangue, brutalidade e ‘nojentas’, o que faz com que determinadas pessoas não consigam chegar ao final de ‘O Poço’; Ele transforma o psicológico do espectador, sem precisar de cenas que assustam, o que o torna um filme duro e difícil de digerir, com uma ‘história por trás’ excelente, com balanceamento de personagens raro para o cinema de hoje.
Nota: 4/5
Saldo: Filme seríssimo, mas é pesado e sanguinolento.
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