Confira a crítica de ‘O Escândalo’, filme que possui três indicações ao Oscar 2020, incluindo melhor Atriz para Charlize Theron e atriz coadjuvante para Margot Robbie
Um gigante do telejornalismo e antigo CEO da Fox News, Roger Ailes (John Lithgow) tem seu poder questionado e sua carreira derrubada quando a apresentadora Gretchen Carlson (Nicole Kidman) faz uma acusação de assédio sexual e mulheres da mesma emissora entram na mesma ação o que desestabiliza sua credibilidade e da emissora.
O filme une um trio de atrizes para um tema difícil, temos aqui Nicole Kidman, Charlize Theron (Megyn Kelly) e Margot Robbie (Kayla Pospisil), jornalistas reais que tiveram suas histórias dramatizadas no roteiro de Charles Randolph (A Grande Aposta) que além de dar voz as mulheres ainda dá espaço para o trio brilhar em grandes cenas.
O interessante em ‘O Escândalo’ é trabalhar um tema muito difícil de ser visto nas telonas e ao mesmo tempo os desdobramentos que algo tão sério pode desencadear é o que mantém o espectador preso a uma história que pode acontecer com qualquer mulher em qualquer cargo.
Foto: Divulgação / Paris Filmes
Nestes casos abordados tende-se a ter cenas fortes e violentas, para deixar alguns pontos claros, mas temos aqui uma exceção a regra, há sim grandes cenas explorando o poderoso elenco, com apenas uma cena mais pesada, deixando a carga dramática para os diálogos e ações dos personagens.
A narrativa ainda busca momentos de reflexão referente a natureza humana para mostrar lados da história, por exemplo, uma das mulheres assediadas sabe da importância Roger tem para sua carreira, ser mais uma do movimento, ela pondera sobre o que pode acarretar em sua jornada e se ela deve mesmo seguir pelo caminho da verdade.
E temos uma narrativa desconexa aqui, as protagonistas não se conhecem pessoalmente, apenas de trocarem olhares pela emissora e por algumas vezes estarem no mesmo lugar resolvendo assuntos distintos e o caso as une, de uma forma lenta e bem construída, mas bem feita deixando claro o protagonismo de Theron e sua toda sua potência nos arcos dramáticos.
Foto: Divulgação / Paris Filmes
Os bastidores do telejornalismo, troca de poderes e como o jornalismo pode ser usado como um negócio, tem um tempo de tela em ‘O Escândalo’ interessante, ele mostra como uma redação pode reagir de maneiras diferentes e como homens e mulheres podem ser utilizados para dar carga emocional necessária para cada notícia.
O filme lança o alerta para as mulheres se sentirem seguras e buscar punição a tipos como Roger e mostrar a uma geração que atos não justificam os meios, que mesmo que não haja violência, atos como este não podem ocorrer.
Nota: 4/5
Saldo: Filme sério sobre um assunto sério.
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Não Parece Mas É Sério 