Confira a crítica de Bixa Travesty
A comunidade Lgbtqia+ (Significado da sigla no rodapé) tem poucos representantes nas telonas, a maioria dos filme que representam são mais atos rebeldes justificados, de mostrar como são diferentes do restante das pessoas, mas uma abordagem mais é o centro do documentário/filme ‘Bixa Travesty’
Linn da Quebrada já mostra nos primeiros cinco minutos que suas apresentações são não só performáticas, mas como há a preocupação de falar o que precisa nas suas letras de mostrar seu ponto de vista sem rodeios. Já no decorrer do filme somos apresentados a Linn do dia a dia, cozinhando, suas relações familiares e com os amigos próximos. Isso ajuda não só para mostrar a rotina como pessoa, como ajuda no processo de humanização da protagonista.
Os diretores Kiko Goifman e Claúdia Priscila fazem cortes rápidos entre as apresentações e o cotidiano, o que causa uma estranheza inicial, mas conforme os atos se desenvolvem entendemos essa escolha. O filme tem como objetivos mostrar as diversas faces de Linn e eles conseguem.
Ela mostra sua posição em todos os atos, pois se considera mulher, enquanto preserva o pênis não faz o implante de seios. Seu corpo também é um ato político, afinal isso é questão de identidade não de órgãos componentes, deixando claro do começo ao fim que os corpos são livres como as mentes.
O longa sabe abordar com sutileza a Linn dentro e fora dos palcos. A de fora dos palcos mostra uma força de pertencimento urbano perfeito e suas encenações busca trazer luz ao tema transexual. A narrativa consegue mostra a artista multifacetada, mesmo que ele cometa alguns excessos.
As cenas são explosivas e impactantes quando precisam ser, sem apelar para nudez gratuita, mesmo sendo algumas duras. Os diretores fazem os planos corretos para dar a carga emocional de cada ato.
Bixa Travesty é um filme diferente, com uma temática pouco abordada na telona, mas ele soube aproveitar o pouco espaço de divulgação que teve para mostrar sua força e toda a potência de Linn da Quebrada, mesmo quando apenas ouvindo sua voz.
LGBTQIAP+ é uma sigla que abrange pessoas que são Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Poli, e mais.
