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| O Farol | Crítica

Confira a crítica de ‘O Farol’




Depois de ótimo ‘A Bruxa’, Robert Eggers traz seu novo filme chamado ‘O Farol’ com Williem Dafoe (Aquaman) e Robert Pattinson (Z: A Cidade Perdida). E no logo nos primeiros minutos, percebemos que não veremos um filme qualquer. Temos aqui uma tela quadrada (Ou próxima disso, 1.19:1), uma fotografia em preto em branco, com um alto contraste para dar uma aparência de filme antigo. Respira fundo quando perceber isso tudo, porque a viagem será boa e longa.

Nesta narrativa temos apenas a dupla já citada, mas conforme o filme começa a correr, percebemos um Thomas Wake (Dafoe) um senhor de idade, sujo, mal-educado e autoritário e Ephraim Winslow (Pattinson) que está neste trabalho pelo dinheiro e mostra um comportamento comum nos primeiros atos. Ambos devem conviver durante quatro semanas em uma pequena ilha cuidando de um Farol.

Williem Dafoe (Thomas Wake) e Robert Pattinson (Ephraim Winslow) em cena
Foto: Divulgação – RT Features

O tempo avança, isso nos ajuda a conhecer melhor os protagonistas e nos acostumar com as escolhas técnicas do diretor, e os sentidos do espectador são testados nesse momento. Robert aproveita esse formato para usar planos diferenciados e o alto contraste para dar uma carga emocional às cenas. Há planos para dar medo, alegria e confundir o espectador.

Eggers traz novamente os elementos alucinógenos presentes em suas produções anteriores, aqui em alguns momentos não sabemos ao certo o que corre em tela, para que ele possa abordar relações ente os protagonistas, mostrar como o isolamento e situações extremas podem transformar o ser humano. E pra dar aquele ‘gás’, temos muita bebida envolvida nas cenas.

As atuações são intensas, Williem faz o típico capitão experiente que é duro com o novato Robert, que inicialmente cumpre seus deveres, mas conforme o tempo passa, ele se mostra uma pessoa instável e que possui erros no passado.

Williem Dafoe (Thomas Wake) e Robert Pattinson (Ephraim Winslow) em cena
Foto: Divulgação – RT Features

As cenas entre os dois são repletas de brigas, bebedeiras, trabalhos forçados, dejetos humanos, violência e até mesmo erotismo, essa pluralidade faz com o filme seja excelente, pois este excesso de informações é bem balanceado, e usa toda a capacidade dos dois atores. Grandes atuações estão espalhadas pelo filme.

Este excesso é carregado até a última cena, com adição dos elementos alucinógenos para dificultar a compreensão se o que vemos na tela é real ou fruto da imaginação da relação dos dois. E essa confusão também é bem vinda.

Filme que entrou na nossa lista de melhores de 2019: | Lista | Melhores filmes de 2019

*Filme visto na 43º Mostra Internacional de Cinema de São PAulo


Nota: 5/5

Saldo: Filme seríssimo

Instagram: @npmes

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