Confira a crítica de Papicha
Religião sempre foi algo que move pessoas, conflitos e países, sendo usado até mesmo como método de opressão, mas sempre haverá pontos de resistência, de pessoas que serão contra isso. Papicha é um exemplo.
O escolhido da Argélia para disputar uma vaga na categoria ‘Melhor Filme Estrangeiro no Oscar’ é duro e visceral, mas totalmente necessário em um mundo tão polarizado e tenso que vivemos.
A diretora (Que dirige seu primeiro longa) nos mostra a feminista Nedjma (Lyna Khoudri) que se impõe no filme inteiro, nada pode fazer com que suas ideias não sejam espalhadas, nada pode pará-la. Porém uma guerra civil é deflagrada.
Cena de Papicha
Foto: Divulgação – Pandora Filmes
Ela usa a moda para transmitir seus ideais, carregados em simbologias, em cenas carregadas de emoção, de um realismo humano e histórias críveis.
Meddour faz um filme intenso repleto de histórias e subtramas, pra levar o espectador às lágrimas a todo o momento. E ela ainda sabe abordar a narrativa pelos mulçumanos e não mulçumanos, algo raro em filmes de guerra/drama.
O roteiro também não se apoia em estereótipos para mostrar os extremismos da religião, as pessoas mostradas aqui são comuns, de origens comuns, focando de como pessoas humildes podem tomar esse caminho em suas vidas.
Cena de Papicha
Foto: Divulgação – Pandora Filmes
A variedade de temas abordados em Papicha é fascinante, pois nenhum é citado, mas todos tem seu momento de tela para se mostrar. O filme fala de machismo, patriarcado e até mesmo hierarquia em famílias de uma tão intensa e vigorosa que chega a ser um exemplo como contar uma história.
O filme é forte, duro e emocionante na medida certa e impactam o espectador pós sessão.
Nota: 5/5
Saldo: Filme sério sobre um assunto sério.


