Confira a crítica de No Coração do Mundo
Na periferia de Contagem (MG), Marcos (Leo Pyrata) busca uma saída para sua rotina de bicos e pequenos delitos. Surge uma oportunidade arriscada, mas que pode solucionar todos seus problemas. Para isso, ele precisa convencer sua namorada, Ana (Kelly Crifer), a se juntarem a Selma (Grace Passô) e executarem o plano que pode mudar suas vidas para sempre, mas o filme e roteiro de Maurílio e Gabriel Martins vai além dessa simples sinopse.
Os dois contam uma história concisa e ao mesmo tempo muito complexa, porque temos aqui inúmeros personagens que envolvem essa história e todos tem seus motivos para estarem ali.
Temos aqui um filme nacional com uma ótima história e que sabe aproveitar o bom elenco e as diversas subtramas que cercam o trio principal, conforme avançamos na narrativa do longa, entendemos a motivação de cada um e suas histórias, o roteiro é primoroso em amarrar tudo isso.
A jornada mostrada em ‘No Coração do Mundo’ é uma jornada de transformação, e descobertas e mudanças, para se ter um exemplo a personagem Selma, feita pela excelente Gracê Passo (Temporada), começa o filme de uma forma e termina de outra forma completamente diferente.
Outro destaque do filme fica pelas trilhas utilizadas, em um filme, temos trilhas orquestradas ou instrumentais para auxiliar na demonstração de algo ou valorizar uma cena, aqui temos bom uso da música nacional que melhoraram muito as ótimas cenas apresentadas. A música que inicia o filme é um bom exemplo, se entende a realidade dos personagens quando ela começa e onde eles estão inseridos sem precisar de nenhuma fala.
Os filmes e curtas dos diretores são pautadas em terem este apelo popular, o recente Temporada é um exemplo, mas o interessante de ambos os filme é não se apoiar em estereótipos para contar sua história ou cenas mais pesadas para dar peso dramático; a dupla em nenhum momento se fixa nisso e trabalha um ótima história, mesmo que longa.
‘No Coração do Mundo’ é múltiplo, com diversas subtramas e personagem e “amarrar” tudo isso sem deixar nada para trás, é um desafio, e os dois diretores se saem muito bem e merecem sua visita ao cinema.
