Confira a crítica de Divino Amor
Divino Amor é um dos filmes nacionais que já tem história antes de ser exibido em terras tupiniquins pode estar em diversos festivais de cinema pelo mundo, com destaque para o festival de Sundance e Berlim, os festivais mais respeitados pelo mundo do cinema.
O filme se localiza no Brasil no ano de 2027. Joana (Dira Paes) usa seu ofício no cartório para tentar dificultar os divórcios e assim o casal pode tentar reconciliação. Enquanto espera por um sinal divino em reconhecimento aos seus esforços é confrontada com uma crise no seu casamento que termina por deixá-la ainda mais perto de Deus.
A narrativa inicial se mostra como um filme religioso genérico, de superação ou de busca de fé, mas o longa de Gabriel Mascaro (Boi Neon) descontrói tudo isso e temos como o próprio slogan diz “Um filme religioso não ortodoxo”.
Há diversas cenas duras ou pesadas espalhadas pelo filme, mas esse é o diferencial de Gabriel, ele usa bem o elenco (Principalmente o corpo) para dar sentido a história, não há uma cena sequer sem sua devida explicação. Inclusive se você assistir de novo, você pode achar outro sentido para cena.
Dira Paes (Joana) e Júlio Machado (Danilo) em cena
Foto: Divulgação – Desvia Filmes
Fazer um filme sobre um tabu ou tema tão denso na época que vivemos é um desafio, e temos aqui uma desconstrução de diversos conceitos religiosos, mas não perdem seu sentido e sua colocação. Ele consegue atingir os pontos necessários e levantar diversas discussões.
O longa é sobre família ou sobre a construção da mesma, de como dificuldades aparecem ao longo do caminho e cabe a cada um fazer sua escolha, o roteiro do diretor que tem a colaboração de vários roteiristas que já trabalharam com Mascaro, trabalha muitos conceito e mesmo por lidar com um tempo distópico há lampejos de realidade nas ações dos personagens.
Por levar o espectador refletir ou questionar diversos pontos ao longo de seu drama familiar, ele cumpre uma das premissas básicas do cinema, de ser questionador, de levar o espectador olhar para dentro e sair “revirado” da sessão.
Nota: 4/5
Saldo: Um filme nacional sério, pesado e duro, porém incrível.

