Confira a crítica de O Tradutor
Em ‘O Tradutor’ somos apresentados a Malin (Rodrigo Santoro) professor especializado em literatura russa, ou seja, uma pessoa comum com um emprego comum. Após uma pausa não habitual de seu trabalho ele é chamado pra ser o tradutor de crianças sobreviventes do acidente de Chernobil, que vão a Cuba para se tratar dos efeitos da radiação. A vida de Malin muda ao dar o primeiro passo dentro do hospital. E carga emocional já mostrada nos materiais de divulgação começa logo no seu primeiro ato e carrega todo o filme de uma forma sublime.
Essa carga emocional imposta a Malin e o fazendo tomar decisões difíceis como escolher mentir para as crianças ou traduzir erroneamente as falas das crianças para os médicos é surpreendente. Rodrigo entrega diversas cenas fantásticas que irão derreter os corações mais duros.
Rodrigo Santoro em cena
Foto: Divulgação
Os coadjuvantes também trazem uma ótima adição ao filme, o destaque fica para atriz Marcel Álvarez (Gladys) ela tem pouco tempo de tela, um dos menores dos coadjuvantes, mas ela soube trazer a carga dramática para uma enfermeira que sente as dores de seus pacientes dando um toque muito humano para as cenas. E ela e Rodrigo em cena trazem uma sintonia digna, pena que dura pouco.
A direção de Rodrigo e Sebastian Bariusso trabalha bem o elenco que possui com ótimos takes e uso das expressões dos atores e atrizes, mas o destaque técnico fica pros setores de fotografia que faz o balanço perfeito entre as diferentes luzes presentes nos vários cenários que o filme possui e a cenografia que lembra diversos detalhes um hospital com poucos recursos físicos e humanos.
O enredo de O Tradutor é extremo e muito emotivo, mas tem seus momentos de calmaria pra dar os alívios pro espectador aproveitando para mostrar Malin fora do trabalho pesado, a iluminação dessas partes de tranquilidade também é elogiável, são cores mais vibrantes e coloridas, quando o protagonista entra no hospital ela muda, fica mais fria, como seria na realidade o que ajuda na carga imposta do começo ao fim.
Marcel Álvarez (Gladys) e Rodrigo Santoro (Malin) em cena
Foto: Divulgação
O roteiro de Lindsay Gossling (Hailstrom) é gratificante e conta uma história dura e real com momentos de alegria e tristeza de uma forma muito real, há momentos pra riso, choro e agonia espalhados pela sua história e seu balanceamento é perfeito, algo não esperado ao olhar seus trabalhos anteriores como produtora de filmes menores e sem expressão. No seu primeiro roteiro ela estreia com o pé direito direto no coração do espectador.
‘O Tradutor’ pode abordar uma história que se espera uma carga emotiva, afinal estamos falando de crianças que tem câncer por causa de um acidente nuclear onde elas são reféns da situação. O filme é tocante, mas sem explorar o sentimentalismo barato e apelar pra emoção o tempo inteiro. São cenas bem construídas e tocantes na medida certa.
Esse é típico filme que abala no ponto certo e é um dos melhores (neste gênero) do ano por enquanto e Rodrigo faz um grande papel e o que torna sua visita ao cinema obrigatória se você gosta de uma boa história na telona.
Nota: 5/5
Saldo: Filme sério sobre um assunto sério
Nota: 5/5
Saldo: Filme sério sobre um assunto sério


