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| Guerra Fria | Crítica

Confira a crítica de Guerra Fria

O cineasta Pawel Pawlikowski entrou pra história do cinema polonês, ao vencer o Oscar de melhor filme estrangeiro com Ida (2013), filme inclusive muito premiado em diversos outros festivais de cinemas e na 42° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo assistimos seu novo trabalho na direção do filme Guerra Fria.
Seu novo longa conta a história baseada em fatos reais de seus pais, que se apaixonaram mesmo sendo de origem e personalidade diferente, temos aqui Zula e Wiktor que se relacionam na Polônia na década de 50, mas a história de ambos passam por outras cidades europeias como Paris, Berlim e algumas cidades da extinta Iugoslávia, esta história está situada durante a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética.
Percebe-se desde seu primeiro ato que Ida tem influências em Guerra Fria, diversos planos, retomadas de diálogos e flashbacks são parecidas, mesmo com histórias distintas de Guerra Fria, o diretor mantém sua assinatura, mas não agrega nada quanto novas formas de realizar seus filmes.
Inclusive sua montagem, edição e exibição são muito parecidos com Ida, ambos são em preto e branco, com proporções fora do usual (4:3), o que seria esperado se ambos os filmes tivessem a mesma proposta, Guerra Fria tem um roteiro mais alegre e simples quando comparado o filme anterior. Escolha inusitada de Pawel. Talvez a escolha seja proposital no sentido de assinatura do diretor e parte técnica.
Claro que ambos os trabalhos de montagem são primorosos, mas essa escolha é justificável em Ida, pela sua atmosfera mais pesada e dura, Guerra Fria não tem nada disso, inclusive é um filme acima da média e com este visual e enquadramentos impecáveis.
As atuações em Guerra Fria ficam a cargo do casal título, Zula (Joanna Kulig) faz um mulher apaixonada e meiga que convence o espectador no olhar, quase não precisa de falas pra explicar seus anseios, o mesmo pode-se dizer a Wiktor (Tomasz Kot), ele tem uma personalidade diferente, onde seu foco são frases duras e com emoção, neste casal temos claramente um corpo (Kulig) e uma voz (Kot).
O principal erro de Pawel é com certeza emular Ida em Guerra Fria, fora isso o filme é incrível vale sua visita ao cinema.

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