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| O Lar das Crianças Peculiares | Crítica

Confira nossa crítica de O Lar das Crianças Peculiares
Quando você o livro O Lar das Crianças Peculiares, em alguns momentos o livro te apresenta aos personagens para facilitar sua compreensão. Os traços desses desenhos lembram muito o estilo de Tim Burton, eu mesmo quando li, pensei nele. E quando foi confirmado que ele faria a direção da adaptação literária, a escolha foi a melhor possível, afinal o enredo de Crianças Peculiares se encaixa com a temática do diretor renomado.
O filme tem muito cuidado para demonstrar os peculiares, somos apresentados primeiro a Jacob (Asa Butterfield) que quando criança ouvia histórias das crianças peculiares de seu avô Abe (Terence Stamp), ótima idéia do diretor, porque quando ele apresenta ao neto as crianças. Nós espectadores conhecemos uma a uma, mesmo que seja por fotos. Diferente dos livros, porém resolve o problema de apresentação dos personagens de uma forma simples e concisa.
Devido a problemas de bullying na escola e por ser um garoto muito tímido, Jacob esquece as histórias por um momento, mas com a morte de Abe de uma forma inesperada e estranha. O garoto decide encerrar o ciclo, entender se as histórias contadas pelo avô são reais. E são. Nessa hora o filme fica interessante.
Somos apresentados a todos os peculiares, com direito a demonstração de sua peculiaridade, seja por tarefas cotidianas ou por alguma tarefa que somente alguém com poderes pode realizar. O resultado estético disso tudo é incrível, todos os personagens e poderes são feitos fielmente ao livro. Fica claro para o espectador que essas crianças são diferentes.
O livro das Crianças Peculiares tem alguns momentos voltados ao terror e suspense, momentos que não aparecem no filme, percebe-se que o filme alivia todas as partes “mais pesadas” deixando o filme com um nível infantilizado, não chega a atrapalhar o resultado final, mas um fã literário mais fiel, pode-se sentir ofendido e odiar a adaptação.
A máxima “O Livro é melhor que o filme” é muito intensa nesse filme, falta muita coisa, muitas informações não aparecem, o passados das crianças peculiares, por exemplo é pouco explorado, alguns persongens inclusive ficam com pouco de tela, o que fica difícil pro espectador criar alguma empatia ou significado. Um bom exemplo é a personagem de Judi Dench (Miss Avocet) aparece muito pouco e rapidamente é retirado de cena por uma cena estranha.
O elenco em geral é pouco utilizado, a própria Miss Peregrine (Eva Green) tem um começo excelente com uma caracterização ótima, porém um evento no filme, a faz “sumir” do filme, ficando a cargo das crianças continuarem o andamento do longa. Justificável, porém feito de uma forma que fica estranha aos que leram o livro e conhecem a personagem.
O filme consegue ser uma boa porta de entrada para quem não conhece este “Lar”, mas por não abordar pontos importantes, pode atrapalhar a experiência dos interessados ao ler o livro. O longa é esteticamente perfeito, o problema fica a cargo das relações inter-especificas dos personagens, mas não faz que o filme fique ruim. O saldo até é positivo, porém fica aquém do livro que é a base do roteiro. Vale o ingresso, só não espere uma grande história, vá vê-lo pelo divertimento e pela personificação dos personagens que é impecável.

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